sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Renascer.



Olhei para as estrelas. Elas ainda continuavam lá, como da primeira vez. Fiquei tentando imaginar o que eu pensaria se encontrasse alguém como eu na rua. Com os sapatos na mão direita, maquiagem borrada por ter chorado no banheiro de uma festa qualquer depois de ter visto o garoto que eu pensei que seria ideal para mim, sendo ideal para outra pessoa. Deus, isso era tão angustiante. Outro garoto que eu achei que seria o bastante para fazer com que me coração batesse rápido. Nunca aconteceria novamente, né? Não como da primeira vez. Abaixei a cabeça, de repente eu pude ouvir uma melodia doce vindo do outro lado da rua. ''Você está bem?'' Levantei o rosto e achei que estava tendo alucinações. E de fato era. Não tinha ninguém lá. Nunca teve.

Eu estava completamente sozinha, ou pelo menos eu me sentia assim. Fazia um bom tempo que eu me sentia numa bolha de plástico enquanto o resto era apenas pó. Rezei silenciosamente na minha cabeça para que eu não fosse a única. Tinha que ter alguém se sentindo da mesma forma que eu. Andando numa estrada, sozinho, olhando para céu e se perguntando se era o único. Passei por um casal se beijando do lado de fora de uma casa branca, que parecia ter aparecido do nada. Eles se abraçavam e sorriam. Aquilo era felicidade né? Ela parecia tão distante agora.

Continuei andando, indo para lugar nenhum. Fechei os olhos e tentei fazer com que os meus pensamentos desalinhados voassem. Tentei sorrir, em vão. Minha mãe sempre me falou que a vida não era fácil mas aquilo não era nada parecido com o que ela tinha me prometido. Dobrei a esquina da minha casa, eu não conhecia mais aquela rua, nem as pessoas com quem eu convivi por tanto tempo. Entrei em casa devagar, para não acordar meus pais, subi as escadas e tranquei a porta assim que entrei no meu quarto. Fui em direção a caixa que ficava de baixo da minha cama, lá eu guardava todos os meu sonhos, sofrimentos e conquistas. Peguei uma folha com palavras rabiscadas. Olhei a data. 25/12/2009 - Nova York. Havia promessas naquela carta, promessas que seriam cumpridas se a morte não o tivesse arrancado dos meus braços. Peguei a carta e deitei no chão frio. Senti uma lágrima fria correr pelo meu rosto. Meu coração batia ardentemente. Acima dele, havia um ''Eu te amo. Sinto a sua falta''

Blog: Le Pont

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