sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Livros: Caio Fernando Abreu

Oi, gente, tudo bem? ♥

Falar de Caio é quase pedir pra falar de mim. Esse autor tomou conta das redes sociais no final do ano passado com seu emblema: "Que seja doce".

"Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.
Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante."

Caio nasceu no final da década de 40, o que significa que ele é um autor recente. Quer dizer, existem gravações em cores de entrevistas com ele!


Li sobre ele pela primeira vez em 2008, durante uma pesquisa da escola sobre autores "pós-modernistas" (e que os letrados me espanquem por esta denominação, eu deixo!). Era uma crônica que dizia algo como "o impulso vital nos empurra e, sem perceber, você se pegará dizendo: 'estou feliz outra vez'". Fui conquistada naquele instante e corri atrás para descobrir quem era.

Gaúcho, quase letrado, quase dramaturgo e jornalista por formação; Caio trabalhou durante anos a fio em diferentes redações e nunca escondeu sua aversão à este trabalho. Seu negócio era e sempre foi escrever o que a alma pedia. Em carta a seu amigo, "Zézim", disse: "Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho - e posso estar enganado - que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente".

Dois* de seus livros foram publicados pela coleção Saraiva de Bolso e os demais podem ser encontrados (com sorte!) na Estante Virtual ou em estandes da Editora Agir (por preços altíssimos =( )

*eu comprei o "O Ovo Apunhalado" dessa edição, também, mas não achei o link. Acho que pararam de reeditar. De qualquer forma, fica aí a dica que este título estava nas livrarias até pouquíssimo tempo.





Escritor de contos, crônicas, romance e peças teatrais, Caio deixou sua marca através das palavras escritas e das inúmeras cartas, publicadas postumamente pela Paula Dip no livro "Para Sempre Teu, Caio F."; e pela Editora Aeroplano, no livro "Cartas".




Um beijo pra vocês e muito amor.

Parafraseando Caio: "é preciso ter infinita paciência. Olhar doce para tudo e todos."

Bom fim de semana, gente.

Da Gi

7 comentários:

  1. Ainda não li nenhum livro dele, mas tenho muita vontade!
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    1. Caio é amor. Vale muuito a pena. Eu indicaria o "O Ovo Apunhalado" pra começar, porque tem dois dos meus contos prediletos da vida lá!

      Beijo e obrigada pelo comentário, Yasmim! ♥

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  2. Respostas
    1. Fantástico é pouco. Meu escritor predileto!

      Um beijo e obrigada pelo comentário, Marcele. ♥

      (PS: amo blogs de coisas baratas. Sou pão-dura meixmo! :P)

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  3. Ah, os textos, crônicas e livros do Caio são lindos. Li além do ponto e outros cantos e fiquei encantada com o Caio!

    naoseavexe.blogspot.com

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    1. "Além do Ponto" é um dos meus contos prediletos da vida. Tá no livro "Morangos Mofados", se não me engano. Amo muito! Você já leu o romance dele: "Onde Andará Dulce Veiga?"? É sensacional.

      Um beijo, Paulina. Obrigada pelo comentário. ♥

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