E eu sei que parece coisa de professora de literatura do Ensino Médio, que autor viaja muito e não fala nada com nada. É. Eu sei. Mas vou contar um segredo: não precisa ser assim.
Depois da Semana de Arte Moderna de 22, muita coisa mudou na nossa literatura. Dentre essas coisas, a poesia - que deixou de ser rimada e necessariamente contada em sílabas poéticas. Agora, são livres e quase soam como prosa.
E os poetas de hoje em dia, que não morreram e caminham pelas ruas como nós, são inspiradores e extremamente talentosos.
Duvidam?
Trouxe pra vocês alguns poetas e poesias que nos tiram o fôlego sem dar sono. Vem comigo
Organizei algumas coisas que eu tinha aqui em casa. Estão em ordem cronológica, sim? Espero que gostem. ♥
1- Vinicius de Moraes (retirado de um livro inicialmente publicado em 1954)
(trecho) Soneto de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Completo aqui: ♥
Sou eu louca ou isso é o sentimento mais normal do universo? "Pensar nele é morrer de desventura, não pensar é matar meu pensamento". Céus, a dor que é o eterno lenga-lenga da dúvida! Vinicius é só amor!
♥♥♥♥
2- Manuel Bandeira (retirado de um livro publicado em 1984)
(trecho) Vou-me embora pra Pasárgada
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Completo aqui: ♥
O legal desse poema é que está sujeito a alterações de sentido conforme os ideais do leitor. Nele, o Manuel diz que quando tudo estiver a merda do século, o que resta é largar tudo e ir pra Pasárgada, onde ele tem mulheres e poder. Como é a sua Pasárgada? :)
♥♥♥♥
3- Camila do Valle (retirado de um livro publicado em 2011, se não me engano rs)
(trecho) microponto
Você, certamente e vez por outra, será convidado a se
retirar da
minha vida por estar ocupando muito espaço. Não ligue.
Sou uma mulher elástico.
Preciso me esticar."
Foi esse o bilhete que eu deixei colado na porta da minha
casa antes que ele batesse a campainha.
Bateu.
Meu agente atendeu.
Mandou aquele homem que parecia enorme ir embora.
Chorando.
Gente, essa mulher é incrível. Escrevi um texto sobre esse poema lá no meu blog. Mesmo que você não o leia, peço encarecidamente que leia este poema até o fim. É sensacional.
Aqui: ♥ (clica no link e busca pela palavra "microponto" na página!)
E chega de poesia! Espero que vocês gostem.
Alguém aí gosta de poesia? Sou completamente apaixonada!!! ♥
Caso queiram falar comigo, tô no Twitter e tenho um blog sobre literatura, além de escrever sobre outras coisas aqui.
Sintam-se em casa, mas sem colocar os pés no sofá.
Até semana que vem!
Com amor e poesia (porque a poesia sempre prevalece),
Gi
♥